Grupo teatral pLÓpTuS
“E agora recordem com firmeza o que lhes vou dizer: O teatro, pela publicidade e pelo seu lado espetacular, atrai muita gente que quer apenas tirar proveito da própria beleza ou fazer carreira. Valem-se da ignorância do público, do seu gosto adulterado, do favoritismo, das intrigas, dos falsos êxitos e de muitos outros meios que não tem relação alguma com a arte criadora. Esses exploradores são os inimigos mais mortíferos da arte. Temos de usar contra eles as medidas mais severas, e se for impossível reformá-los será necessário afastá-los do palco.”
(Constantin Stanislaviski, A preparação do ator, pg 59)
E é nisso que acreditamos.
O grupo nasceu em Guajará-Mirim e foi idealizado pela atriz, dramaturga e diretora Melissa Barbosa como um espaço para o registro cultural da região. No início o grupo se chamou Companhia e-teatro, sendo modificado posteriormente após uma divisão, quando então, com nova formação passou a ter o nome atual. Mesmo diante das dificuldades de manutenção de grupos culturais no estado, o coletivo firmou resistência aos ideários e estreou na própria terra os três primeiros espetáculos.
ARIGÓ: SOLDADO DA ESPERANÇA (2008), primeiro espetáculo oficial do grupo com dramaturgia de Melissa Barbosa, debruçou sobre os arquivos históricos da região e foi um marco expressivo na área de fronteira, reascendendo lacunas da história, o imaginário e a luta característica no conturbado período do ciclo da borracha.
Logo após, o grupo se aventurou nos questionamentos existenciais e apresentou ao público o espetáculo SENTIDOS (2009) também de dramaturgia da jovem talentosa Melissa. Com este espetáculo a também dramaturga, hoje componente do pLÓpTuS, não só efetivou um espaço artístico de trocas e questionamentos, como também assinalou seu nome como um dos grandes fomentadores da cultura na região amazônica, levando a arte principalmente em zonas de difícil acesso e lugares de poucas oportunidades culturais, como já acontecia no estado do Mato Grosso do Sul, a qual era produtora e atriz do projeto Letras de Luz, de onde recebeu capacitação na arte de transformar texto literário em teatro para fomento a leitura. Foi com essa formação e capacitação que Melissa dirigiu a Turma de Letras da Universidade Federal de Rondônia, campus de Guajará-Mirim, com o primeiro trabalho de conclusão de curso em teatro dos formandos 2009, com a peça: "A Cartomante" de Machado de Assis e "Apólago Brasileiro sem Véu de Alegoria" de Alcântara Machado em 2011 com codireção de Amanda Norbiatto. Além das peças o Grupo sempre conciliou programas de oficinas, difundindo não só a apresentação, como também a formação de público e o compartilhamento de técnicas e experimentações.
Com os dois primeiros espetáculos que contaram com dramaturgia de Melissa Barbosa, o Grupo em sua primeira formação, representou o Brasil no Festival Internacional de Teatro do Mindelo (MINDELACT) em Cabo Verde na África. O Grupo foi primeiramente selecionado pelo Ministério da Cultura para a representação do país no evento com o espetáculo SENTIDOS, sendo posteriormente convidado a agregar seu primeiro espetáculo ARIGÓ: SOLDADO DA ESPERANÇA à Mostra Internacional. A participação neste evento significou o reconhecimento do trabalho artístico empreendido pelo grupo, que além de trabalhar com a memória, a identidade e a incorporação de várias linguagens na construção cênica, também propulsionou as atividades do grupo na região de origem.
O grupo foi se aperfeiçoando e o intercâmbio internacional proporcionou um amadurecimento na sua formação, nos processos de montagem e nas linhas de atuação. Atualmente o grupo se empenha na formação profissional, efetivada após a substituição de sua sede para a capital rondoniense onde os integrantes adquirem formação acadêmica e aperfeiçoamento artístico. O grupo se dividiu e com uma nova formação, com o nome pLÓpTuS estreou em 2010 o terceiro espetáculo, o musical infantil AMAZÔNIA E A PRINCESA DA MATA com dramaturgia e direção de Melissa Barbosa que, oficialmente fez parte do Projeto SESC Itinerante. A peça reforçou os ideários de estrear textos e músicas originais e contou com uma produção impecável na construção dos figurinos e adereços que fluidamente representam o imaginário amazônico na luta pela preservação.
Em 2011 o Grupo pLÓpTuS produziu DIÁRIO DE IN-SÔNIAS sob direção de Éder Rodrigues, que teve um ensaio aberto em Porto Velho e estreia em Guajará-Mirim em novembro no hotel Pakaas.
O grupo também se prepara para o seu primeiro Curta-Metragem e uma turnê na África com seu novo espetáculo que em breve será divulgado.
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